Allegory of the four elements - Mark Ryden

    Assim como as qualidades, os elementos também têm um papel classificatório entre os signos astrológicos. Aqui, a raiz milenar leva ao agrupamento de quatro signos-membro por grupo: ao menos desde Hipócrates, cogita-se a divisão das personalidades humanas em quatro categorias/elementos presentes na natureza.

    Os elementos e seus respectivos temperamentos são: Fogo – Colérico, Terra – Bilioso, Ar – Sanguíneo, Água – Fleumático.

Elementos - Fogo

    Fruto da combinação yang-yang, o fogo simboliza a energia mais expansiva de todas, o grande ímpeto, a força criadora.

    Um símbolo de fogo que nos acompanha todos os dias é o Sol, o astro-rei. Ele traz a energia necessária para a manutenção da vida e disposição para desbravarmos nossas rotinas diárias. Assim como outros caracteres ígneos, o Sol também é acusado de excessos como as secas, a insolação e as tempestades solares, afetando nossas vidas em diferentes esferas. No entanto, não podemos esquecer que ele é o símbolo da luz, do início do dia, das ascensões.

Fogo – Áries

    Como primeiro de todos os signos astrológicos e incorporando nuances ígneas e cardinais, pode-se antever o espírito inovador e intenso de Áries.

    Áries é como uma faísca de fogo: dá origem à chama, de maneira impetuosa, rápida, intensa e raramente direcionada. Esta faísca é essencial para que se consiga produzir o fogo que aquecerá os lares, mas ela, por si só, não se preocupa com isso. Seu objetivo é consumir todo o combustível que encontra pela frente. Dessa maneira, o espírito ariano pode se corromper e não notar toda a destruição que causa no caminho que percorre em busca de seus desejos. Mas também, ele pode ser responsável por destruir tudo aquilo que já havia secado, se tornado sem vida e que precisava ser transmutado em algo que alimentasse novos começos.

    A energia ariana é caracterizada por sua inocência, originária de seu impulso costumeiro. A fagulha, uma vez que encontra um local que possa se espalhar, segue sem definir um caminho preciso e pode ser abafada em seu trajeto. Isto mostra como é essencial aos arianos entender por onde pisam e evitar “agir pelo gosto de agir”.

Fogo – Leão

    Aqui a combinação é entre a energia ígnea e a determinação fixa. Isto mostra como é possível se comportar de maneira tão majestosa quanto um Leão.

    Um Leão se porta como um líder, mas, como todos, ele precisa desenvolver tal habilidade. Em um paralelo possível, vemos uma fogueira e sua necessidade de lenha, de um combustível, para que possa continuar a iluminar e aquecer as pessoas aos seu redor. Esta fogueira é referência para todos aqueles que estão com frio e desamparados, sem uma referencial. É necessário, no entanto, certo cuidado. Pois aqueles que muito se aproximam da fogueira podem, ao invés de ficarem mais confortáveis, se queimarem e serem consumidos pela necessidade que ela tem de combustível.

    Os Leoninos, portanto, precisam incessantemente se dar conta de seu papel e do perigo de destruírem seus arredores, devido ao egocentrismo. Sua luz é inegável, mas iluminar uma clareira vazia de nada adianta, é necessário cativar. E, apesar de terem seu lugar ao centro, não devem se esquecer da natureza mutável de tudo e da possibilidade de, em certos momentos, não serem a fogueira central, mas apenas mais uma.

Fogo – Sagitário

    Temos um espécime interessante aqui: há tanto grande vontade (fogo) quanto necessidade de transformações (mutabilidade). Isto dá origem a um ser desbravador, em busca de desenvolvimento.

    Um Sagitário é parte homem e parte animal, sabendo, portanto, da necessidade de se adaptar àquilo que o meio fornece. Como uma tocha a ser transportada para novos locais, ao desbravar uma caverna subterrânea, os sagitarianos buscam iluminar aquilo que ainda não era visto ou tinha-se receio de conhecer. As tochas, porém, costumam ser apagadas pelos ventos de diversas direções ou, ao longo do caminho, consumir seu combustível de maneira mais rápida que o esperado. Apesar de serem muito úteis para deslocamentos às escuras, podem muito bem ser utilizadas como referências ao longo do caminho, estando, portanto, fixas. Isto vai, de certa forma, contra sua natureza mutante, mas é importante para que não sejam afetadas por tantas transformações. Elas possuem a capacidade de se adaptar, mas não devem deixar que isto se torne um vício.

    Combinar instintos animais e racionais é de extrema utilidade. O foco é a grande conquista a ser buscada durante a jornada. O equilíbrio entre animal e humano só pode ser alcançado com o esforço, fruto de exercícios, ou seja, uma rotina que deve ser recheada de pequenas aventuras, para ser mais transformadora.

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Um exercício interessante para afixar tais conceitos, é definir palavras-chave para cada um dos signos vistos. Uma vez que todos os 12 tenham sido abordados, haverá um bom meio de comparação.

Fraternalmente,

Tilion

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