Foco

04-02-2012 13:33

 

 

    O TODO é MENTE; o Universo é Mental. - O Caibalion


    Antes de começar gostaria que você, leitor, participasse de uma experiência. O link na imagem a seguir é para uma galeria no site Lythos.com. Esta empresa trabalha com um novo tipo de câmeras digitais chamadas Câmeras Plenopticas ou Câmeras de Campo Luminoso, quando você estiver vendo a fotografia, quero que clique em diferentes partes dela e veja o que acontece.


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    Se você fez como combinado percebeu que, diferente das fotografias tradicionais, as câmeras plenopticas não tem um plano focal principal, além da intensidade do raio luminoso (luz e cor), elas captam também a sua profundidade, permitindo que mesmo depois de tirada, o foco da imagem possa ser alterado.


    E esse é o ponto principal aqui, foco! A maioria das definições desta palavra são muito técnicas, então vale mais a pena atribuir um significado de "ponto de atenção". Muito além da fotografia, usamos esse conceito quando queremos direcionar nossas ideias ou traçar objetivos e, embora disfarçadamente, esse é o conceito por trás de muitos dos aspectos psicológicos da magia.


    Você já deve ter ouvido falar, é claro, sobre pesquisas em que, pacientes com fé e, principalmente, que acreditam que vão ser salvos, tem maior chance de cura do que os outros. Já deve ter ouvido também sobre a prática do pensamento positivo, limpeza da mente, reforma íntima, o Segredo e todas essas coisas mais. O que tudo isso tem em comum? Basicamente uma coisa, todas estão falando sobre foco.


    Boa parte da magia, consiste em simplesmente treinar sua mente e seu corpo para que portas sejam abertas para se conseguir o que quer. Se você quer um emprego novo, deve mentalizá-lo, quanto mais forte for sua mentalização (conhecida na Umbanda como firmeza), mais portas irão se abrir e suas possibilidades aumentarão. É claro que se você não fizer também a parte ativa, ir procurar, ele não vai cair do céu, são duas faces da mesma moeda, uma é mental, a outra depende da atividade, mas ambas, representam a sua força de vontade.


    Certa vez, numa troca de email com um conhecido professor de ocultismo (ainda utilizando o mesmo exemplo), ele me disse: se você procura um emprego não adianta mentalizar “eu quero um emprego”, quem quer, continua querendo para o resto da vida, o correto é “eu TENHO um emprego!”. Todo o processo mental de se concentrar e se imaginar em um escritório novo, fazendo um excelente trabalho, com uma ótima remuneração, são as chaves que abririam as portas para essa nova jornada. Não importa se você acredita que está manipulando “energias universais” ou enganado seu cérebro para que ele fique mais atento a essas oportunidades.

    Aliás, “enganar o cérebro” é uma expressão um pouco agressiva, vamos dizer então “programar o cérebro”. Estas técnicas são usadas amplamente no campo da PNL (projeção neuro linguística), um outro exemplo interessante disso veio de uma conversa que tive com um primo de minha esposa no fim do ano (que por acaso é um dos grandes especialistas em PNL no Brasil). Após me explicar um pouco da metodologia, ele me narrou o seguinte: imagine que você quer perder peso, normalmente as pessoas comem por dois motivos, por compensação ou por mérito. Difícilmente alguém come por fome, o mais comum é que você fez algo grandioso, então vai comer porque acha que é digno disso, teve um dia ruim, come para compensar os problemas. Uma técnica simples é se programar,  toda vez que for pegar a comida, pergunte-se “por que estou comendo isso?”, não estou me referindo aos benefícios do alimento em si, mas a causa, os motivos.


    Parece simples, mas é incrível, gruda na cabeça, depois dessa conversa a experiência de entrar num restaurante por quilo nunca mais foi a mesma. Ainda não verifiquei se meu peso mudou, mas tenho economizado uns trocados todo dia.


    Do ponto de vista ocultista, isso também pode ser considerado magia. Uma vez que a chave de ativação está na sua mente “por que estou comendo isso?”, você estabeleceu o foco e a partir dai vem a parte ativa, se você vai ao restaurante, se pergunta e pega a comida do mesmo jeito, apenas um lado da moeda está funcionado.

    Mas tudo isso, é apenas uma introdução ao ponto-chave. Se todo o processo magístico tem um início mental seguido de uma ação, por que acender velas, fazer orações, entregas, despachos, dentre outras práticas?


    Essa resposta chegou a mim muito antes de realmente me interessar por ocultismo. Durante minha adolescência gastei muitas horas em jogos de RPG, não essa porcariada que existe online hoje em dia, mas nos jogos de mesa, como devem ser. Por um bom tempo mestrei "Mago: A Ascensão", um jogo interessantíssimo que abria um grande leque de possibilidade aos personagens. Um aspecto interessante do jogo era a relação do mago com o mundo que o cercava, sempre que tentava criar um efeito fora do comum, a realidade podia puni-lo. Por exemplo, se você estivesse na beira de uma rodovia e usasse sua vontade para furar o pneu de um carro, tudo bem, é uma coisa completamente normal e provável de se acontecer, poderia dar uma explicação racional para isso. Mas, se você também fizesse no próximo carro e depois no outro e no outro, sucessivamente, alguma coisa está errada e você seria punido, poderia ser uma pequena dor de cabeça ou até mesmo ser lançado numa prisão mental em outra realidade, chamada pelo jogo de paradoxo.


    No jogo, existia uma maneira de você ludibriar a realidade, usando um foco, no exemplo acima poderia jogar um monte de pregos na pista, e assim furar o pneu de vários carros. Observe que mesmo que outros carros fossem pegos pela magia, estaria dentro da realidade, quando motoristas parados fossem procurar o porque, veriam os pregos e entenderiam o motivo. A fórmula da realidade foi “mantida”.


    No nosso caso as práticas não “enganam” a realidade, mas direcionam nossa mente. Experimente dizer para uma pessoa de baixa renda, sem instrução, na assistência de um terreiro de umbanda, que ela não precisa acender uma vela ou pedir algo para santo, que é só fazer um forte pensamento no que ela quer. Ela dirá que você é louco, então é mais fácil uma entidade entregar para ela uma velinha e pedir que ela firme suas orações, enquanto aquela vela queima, toda vez que o assistido observa-la inconscientemente vai lembrar-se de seu pedido e seu foco mental será “atualizado”.


    Lembre-se que além dos instrumentos e práticas, sua mente é parte fundamental no processo magístico. Acender um vela ou traçar um sigilo, só por fazer, é a mesma coisa que nada. Tem que ter vontade e fé. E também tem que sair do sofá e correr atrás, nada vai cair do céu.

 

-     Oliver Logra.

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