História das Plantas Medicinais

18-11-2011 11:16

 

      Olá a todos os leitores do eOcultismo!

      Para aqueles que não me conhecem, meu pseudônimo é Irmão Folha Verde.

    Sou graduando em Engenharia Florestal, Umbandista há 23 anos e estudante de Ocultismo e Espiritismo há 10 anos. Bom, a partir de hoje eu vou postar textos sobre botânica, mais especificamente sobre o uso de plantas na magia. Teremos uma gama de linhas a seguir, tais como a fisiologia oculta das plantas, o seu uso nas diversas religiões, controles biológicos de pragas e doenças, cura natural, magia com o uso de plantas, e muitas outras coisas legais. Teremos muita teoria (e bota teoria nisso), mas também teremos muita prática. Dada uma prévia do que vai rolar nessa coluna, vamos ao primeiro texto propriamente dito:

 

História das Plantas Medicinais

 

   O uso de plantas medicinais e mágicas pelo homem remonta a mais tenra pré-história humana. Em todas as religiões e cultos vê-se a utilização dosFitoterápicos. É admirável que todas as civilizações, em todos os Continentes, tenham desenvolvido, a par da domesticação e da cultura das plantas para fins alimentares, a pesquisa das suas virtudes terapêuticas. Mas é talvez ainda mais admirável que este conjunto de conhecimentos tenha subsistido durante milênios, aprofundando-se e diversificando-se, sem nunca, porém, cair totalmente no esquecimento.  Ler mais: https://www.eocultismo.com/news/historia-das-plantas-medicinais/ vegetais em seus rituais, também pode ver-se a descrição de muitas delas nos mitos, contos e livros sagrados. É difícil dizer exatamente quando e como o homem começou a fazer uso delas.

    

    É admirável que todas as civilizações, em todos os Continentes, tenham desenvolvido, a par da domesticação e da cultura das plantas para fins alimentares, a pesquisa das suas virtudes terapêuticas. Mas é talvez ainda mais admirável que este conjunto de conhecimentos tenha subsistido durante milênios, aprofundando-se e diversificando-se, sem nunca, porém, cair totalmente no esquecimento.

 

    Dados literários sobre a utilização de espécies vegetais para a cura de doenças e outros males são encontrados desde 50.000 anos atrás. Através de suas experiências e observações, o homem sofreu um processo biológico e evolutivo, descobrindo todos os potenciais das plantas. Além de plantas benéficas, foram descobertas também as nocivas que levam à morte ou à alucinação. Poderes sobrenaturais foram atribuídos aos primitivos que tinham esse conhecimento, foram considerados mágicos, curandeiros e feiticeiros.

    

    Os sumérios e babilônicos (2.600 A.C.), usavam como remédios todas as partes do lótus, do alho e da oliveira. A “Tabuinha sumeriana”, uma coleção de textos médicos em tabletes de argila, contém registros dos primeiros sintomas de doenças e a prescrição para cada enfermidade, sendo considerado o mais antigo tratado da medicina. Em 1924, o doutor Reginald Campbell Thompson, do Museu Britânico conseguiu identificar 250 vegetais, mineiras e substâncias diversas cujas virtudes terapêuticas, os médicos Babilônios haviam utilizado, especialmente a beladona, administrada contra os espasmos, a tosse e a asma. Os pergaminhos da Mesopotâmia mencionam o cânhamo indiano, ao qual se reconhecem propriedades analgésicas que se receita para bronquite, reumatismo e insônia.

    

    A cultura chinesa (2.000-2.500 A.C) descreve 365 drogas no 1º Pen T’são, trabalho do lendário imperador Shen Nung considerado o fundador e patrono da farmácia chinesa, que cita plantas como ginseng, cinamomo, ruibarbo, entre outros.

    

    Os egípcios (1.500 A.C.) relatavam a utilização de azeite, figo, cebola, alho, funcho, açafrão, ópio, hortelã e pimenta. O “Papiro Ebers”, coleção egípcia contendo 811 prescrições, menciona 700 drogas vegetais, minerais e animais.

   

    Os primeiros estudos europeus dedicados exclusivamente ao mundo vegetal devem-se a Teofrasto (372-288 a.C), discípulo de Aristóteles e autor de duas grandes obras. A primeira, intitulada “De historia plantarum”, reunia em nove volumes tudo sobre morfologia, descrição, classificação, geobotânica e farmacognosia das plantas conhecidas pelos gregos antigos. A segunda, “De causis plantarum”, constava de seis volumes e tratava de temas referentes a germinação, ao desenvolvimento, ao florescimento, a frutificação e até mesmo a proliferação. Methridates IV (100 A.C.), considerado o promotor da toxicologia, foi conhecido como descobridor da arte dos venenos vegetais e ações necessárias para neutralizá-las.

 

    Imprescindível também foi a obra do enciclopedista romano Plínio (23-79), único autor do Império Romano que se destacou por sua importância na áreaCentauro. Qualquer referência aos usos, costumes e lendas sobre plantas na Antiguidade passa, inexoravelmente, pela consulta do sábio Plínio. Ele conta que o Centauro Quíron foi o primeiro herborista e boticário da humanidade. Esse ser mitológico, metade homem metade cavalo, ficou famoso por seu conhecimento das propriedades medicinais das plantas. Diz a lenda que Apolo lhe confiou a educação de seu próprio filho, Asclépio, o deus da medicina. Desta maneira a humanidade recebeu dos deuses o conhecimento das propriedades medicinais das plantas.  Ler mais: https://www.eocultismo.com/news/historia-das-plantas-medicinais/ da botânica. Ele escreveu uma enciclopédia chamada Naturalis história, composta de 37 volumes, a metade dos quais dedicados a botânica. Compilou todo o saber de seu tempo, no total, cerca de 2 mil escritos de autores gregos e romanos.

    

    Qualquer referência aos usos, costumes e lendas sobre plantas na Antiguidade passa, inexoravelmente, pela consulta do sábio Plínio. Ele conta que o Centauro Quíron foi o primeiro herborista e boticário da humanidade. Esse ser mitológico, metade homem metade cavalo, ficou famoso por seu conhecimento das propriedades medicinais das plantas. Diz a lenda que Apolo lhe confiou a educação de seu próprio filho, Asclépio, o deus da medicina. Desta maneira a humanidade recebeu dos deuses o conhecimento das propriedades medicinais das plantas.

    

    No ano de 78 o viajante Dioscódires, cirurgião dos exércitos de Nero, publicou “De Materia Médica”, que se tornaria a bíblia das plantas medicinais para todos os médicos, boticários e amantes da natureza nos 1500 anos seguintes. Em suas viagens Dioscódires percorreu boa parte da região mediterrânea, anotando e recolhendo informações sobre plantas medicinais.

    

    O longo período que se seguiu no Ocidente, a queda do Império Romano, designado universalmente por Idade Média, não foi exatamente uma época O longo período que se seguiu no Ocidente, a queda do Império Romano, designado universalmente por Idade Média, não foi exatamente uma época caracterizada por rápidos progressos científicos. Os domínios da ciência, da magia e da feitiçaria, tendem frequentemente a confundir-se; drogas como meimendro-negro, a beladona e a mandrágora, serão consideradas como plantas de origem diabólica. Assim, os conhecimentos sobre plantas medicinais ficaram em poder da igreja sendo copiados traduzidos e preservados nas bibliotecas dos mosteiros. E quem ousasse utilizá-las sem o consentimento da igreja era considerado bruxo ou feiticeiro.  Assim, Joana d’Arc será acusada de atormentar os ingleses pela força e virtude mágica de uma raiz de mandrágora escondida sob a couraça. Durante esse período, o desenvolvimento da medicina natural ficou na mão dos persas e árabes, que mantiveram as idéias de Hipócrates e Galeno. Esse conhecimento foi trabalhado por diversos povos e nações, especialmente pelos chineses, indianos e árabes, sendo assimilado pelos europeus a partir do século XIII, onde se manteve por quatro séculos, iniciando a ruptura com o lado mágico e ritualístico da utilização das plantascaracterizada por rápidos progressos científicos. Os domínios da ciência, da magia e da feitiçaria, tendem frequentemente a confundir-se; drogas como meimendro-negro, a beladona e a mandrágora, serão consideradas como plantas de origem diabólica. Assim, os conhecimentos sobre plantas medicinais ficaram em poder da igreja sendo copiados traduzidos e preservados nas bibliotecas dos mosteiros. E quem ousasse utilizá-las sem o consentimento da igreja era considerado bruxo ou feiticeiro.  Assim, Joana d’Arc será acusada de atormentar os ingleses pela força e virtude mágica de uma raiz de mandrágora escondida sob a couraça. Durante esse período, o desenvolvimento da medicina natural ficou na mão dos persas e árabes, que mantiveram as idéias de Hipócrates e Galeno. Esse conhecimento foi trabalhado por diversos povos e nações, especialmente pelos chineses, indianos e árabes, sendo assimilado pelos europeus a partir do século XIII, onde se manteve por quatro séculos, iniciando a ruptura com o lado mágico e ritualístico da utilização das plantas.

    

    O desenvolvimento das rotas marítimas coloca efetivamente a Europa no centro do mundo, os produtos dos países longínquos abundam e entre eles as plantas até aí desconhecidas, com virtudes por vezes surpreendentes. Os conquistadores suportaram eles próprios a experiência das propriedades mortais do curare; a casca de quina é utilizada para baixar a temperatura nas febres palúdicas muito antes de se ter conhecimento de como dela se extrair a quinina; a América dá ainda a conhecer as virtudes anestésicas e estimulantes da folha de coca. No encalce dos descobridores prosseguem os exploradores, missionários como o padre Plumier, botânicos como Tournefort, que, em 1792, regressa do Oriente com 1356 plantas então desconhecidas na Europa.

 

 remédios, plantas medicinais, ocultismo, botânica, fitoterápicos, plantas que curam.  Passando pela Renascença, por Paracelso, pelo botânico Bobert B. Turner, Joseph Pelletier, chegamos ao começo da sintetização dos princípios ativos. Pulando algumas décadas temos os dias atuais, aonde as plantas são investigadas cientificamente e seus princípios ativos são todos sintetizados e vendidos de forma alopática. Mas nos últimos 30 anos os fitoterápicos voltaram a moda, e hoje são vendidos e utilizados em larga escala por boa quantidade da população devido a várias pesquisas na área que comprovam a sua eficácia.  Ler mais: https://www.eocultismo.com/news/historia-das-plantas-medicinais/    Passando pela Renascença, por Paracelso, pelo botânico Bobert B. Turner, Joseph Pelletier, chegamos ao começo da sintetização dos princípios ativos. Pulando algumas décadas temos os dias atuais, aonde as plantas são investigadas cientificamente e seus princípios ativos são todos sintetizados e vendidos de forma alopática. Mas nos últimos 30 anos os fitoterápicos voltaram a moda, e hoje são vendidos e utilizados em larga escala por boa quantidade da população devido a várias pesquisas na área que comprovam a sua eficácia.

 

    Eu tive que resumir e pular algumas partes importantes e mesmo assim o texto ficou longo, mas deu pra dar um breve introdução à história das plantas medicinais. No próximo post veremos sobre as plantas mágicas utilizadas nas principais religiões. Então, até lá!

 

Irmão Folha Verde

 

 

 

- Referências:

BARRACA, Sérgio Antonio. MANEJO E PRODUÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS E AROMÁTICAS, IN: Relatório do Estágio Supervisionado Produção Vegetal II. 1999, Piracicaba, SP.

https://www.esalq.usp.br/siesalq/pm/p02.pdf

DEVIENNE, K. F. et al. DAS PLANTAS MEDICINAIS AOS FITOTERRÁPICOS. In: Revista Brasileira de Plantas Medicinais. 2004, Araraquara, São Paulo.

https://www.ibb.unesp.br/servicos/publicacoes/rbpm/pdf_v6_n3_2004/artigo_3_v6_n3.pdf

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História das Plantas Medicinais:

remedio

Data: 03-11-2012 | De: julia ´ ribeiro

medicamento

Bem vindo!

Data: 18-11-2011 | De: Iara

Alow, Verde! Primeiramente, bem vindo ao eOcultismo!
Fiquei muito contente com sua participação em botânica, pois vai ajudar o que eu pretendo trabalhar em radiestesia mais pra frente.
Sobre a postagem, achei muito legal o seu texto e tenho uma pergunta: Que tipo de poderes atribuíam a essas ervas diabólicas? O que alegavam que o uso delas faziam?

Poder de plantas diabólicas.

Data: 18-11-2011 | De: Irmão Folha verde

Obrigado Iara! Interessante você perguntar isso porque aconteceu um fato interessante comigo esses dias! Um amigo se acidentou de moto e eu receitei umas ervas pra curar os machucados e os arranhões, e a mãe dele não o deixou usar porque isso era coisa do diabo!!!! rsrsrsrsrsrs deixando as loucuras de lado, elas eram consideradas do diabo por eles não saberem explicar como as curas e milagres com as plantas aconteciam! como os machucados e as doenças saravam tão rápido só com o uso de uma simples folha ou outra parte da planta. A ICAR não poderia aceitar que uma simples planta poderia curar ou fazer um milagre, pois assim eles perderiam muito, admitir que essas coisas aconteciam era dizer que eles e D'us não tinham o poder absoluto. Eles tinham que complicar tudo para poder ter o povão no controle, e uma coisa simples assim não poderia acontecer, então foi considerado do mal. E também as religiões ditas pagãs faziam uso em larga escala de fitoterápicos, o que ajudou a associá-las com magia, poderes como cura, sorte, encantamentos de amor, venenos mortais, domínio sobre pessoas e animais. Não que isso não possa ser conseguido, é até muito fácil pra um simples estudante acadêmico fazer isso, mas requer um estudo básico que teremos é claro aqui!
Valeu!

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