Malkuth e os Aspectos das Divindades
Em relação às divindades, fica claro que na sephirah de Malkuth está ligado a alguns mitos gregos, os quais encontraram forças
terrestres positivas como Pã (deus- fauno grego da natureza e da fertilidade), que, graças ao seu simbolismo capino, só pode ser atribuído à Esfera da Terra, pois Capricórnio é o signo mais terrestre da triplicidade terrestre. Pã representa o magnetismo positivo da Terra que volta, em seu retorno, ao Pai Universal.
O deus Pã tornou-se o símbolo panteísta fundado na interpretação do seu nome: a flauta de sete tubos (syrinx – siringe em português) representa, então, as setes notas da harmonia universal, e a fusão das formas animais com as formas humanas corresponde ao caráter múltiplo da vida no universo. Então Pã simbolizará a universalidade dos seres. Pã ou Pan significa tudo e/ou totalidade. Então Pã não somente seria o deus fauno da natureza, mas também o deus de tudo que existe materialmente.
Ceres, deusa romana da agricultura e fertilidade da Terra, ou Diana de Muitos Seios, ambas Vênus, muito terrestres e de algum modo virginal, representam a encarnação final da força celeste na matéria densa. Hera, que foichamada de Vênus Celestial ou Afrodite Celeste, representa o retorno da força terrestre ao céu. É a força terrena positivada a um nível celestial.
A imagem de Malkuth é uma jovem mulher, coroada e velada, trata-se de Ísis da Natureza, cuja face velada indica que as forças espirituais estão ocultas pela forma exterior. Essa idéia está presente também no simbolismo de Binah, que se resume no conceito do “manto exterior de ocultamento”. Malkuth então seria a Binah num arco inferior.
Malkuth também é conhecida como a “Noiva do Microprosopos” ou “Mãe Fértil Brilhante”, dando um título correspondente ao
aspecto dual da deusa lunar egípcia Isis a Hathor, sendo aquela o aspecto positivo da deusa a esta o aspecto negativo. No simbolismo grego, corresponderiam a Afrodite e Ceres. Ora, Afrodite é o aspecto positivo da potência feminina, vale lembrar que, sob a lei da polaridade alternante, o que é negativo no plano exterior se torna positivo no plano interior, e vice-versa. Afrodite, a Vênus Celestial, é quem confere o estímulo magnético espiritualmente negativo, pelo fato de sua função não ser compreendida atualmente.
Alguns títulos adicionais atribuídos a Malkuth explicam seus atributos. Ela é a Porta e a Esposa. Essas duas idéias representam na verdade uma única idéia, pois o útero da Mãe é a Porta da Vida. Ela também é a Porta da Morte, pois o nascimento no plano da forma é a morte para as coisas superiores.
Malkuth também é Kalah, a noiva do Microprosopos, a Malká, a Rainha de Melekh. Isso indica claramente a função da polaridade que prevalece entre os planos da forma: o aspecto feminino, polarizado e fertilizado pelas influências dos planos da força.
Na ótica da Árvore da Vida, o corpo corresponde a Malkuth. Malkuth, o Reino é o receptáculo de todas as energias vindas do alto. Décima sephirah, ela é a substância divina incriada e criadora. Criadora, faz-se Germe na Árvore humana. Os hebreus chamam-na de “a Rainha”, aquela a quem são confiados todos os poderes do Rei (Kether). Ela também é chamada de a “Virgem de Israel” (Betulá ha Ytzrael). É aquela que deve conceber e, nesse sentido, é mãe de toda vida. É a Criação inteira e também cada um de nós em particular, que recapitulemos toda a Criação.
A Criação, que está contida em Malkuth, é virgem, grávida da criança divina que ela é chamada a trazer ao mundo. Cada um de nós, homens ou mulheres, enquanto Malkuth é virgem e Mãe. Cada um de nós é também o esposo que penetra em Malkuth para se pôr no mundo até a dimensão do Filho – Vav. Cada um de nós tornarmos-se, então, esse Filho. Assim deidificados, tornamo-nos Esposa (Malkuth realizada) em relação a Deus-Esposo. Desposados por Deus, somos coroados (Kether) e entramos na Realeza.
- Adebaran Aleph Sophia.
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