O Poder das Plantas Alucinógenas

27-01-2012 13:32

 

botânica, psicodélico, alucinógenos, enteógeno, xamã, ritual, ocultismo, magia, espiritualismo    Bom, pra começar vamos definir a palavra alucinação. Significa, em linguagem médica, percepção sem objeto; isto é, a pessoa em processo de alucinação percebe coisas sem que elas existam (ou que só existem para ela). Assim, quando uma pessoa ouve sons imaginários ou vê objetos que não existem, ela está tendo uma alucinação auditiva ou visual.

 

    As alucinações podem aparecer espontaneamente no ser humano em casos de psicoses, e entre estas a mais comum é a doença mental chamada esquizofrenia. Também podem ocorrer em pessoas normais (que não apresentam doença mental) que tomam determinadas substâncias ou drogas alucinógenas, isto é, drogas que “geram” alucinações.

 

    Estas drogas são também chamadas de psicoticomiméticas por "imitarem" ou "mimetizarem" um dos mais evidentes sintomas das psicoses — as alucinações. Alguns autores também as chamam de psicodélicas. A palavra psicodélica vem do grego (psico= mente e delos = expansão) e é utilizada quando a pessoa apresenta alucinações e delírios em certas doenças mentais ou por ação de droga. Mas é óbvio que estas alterações não significam expansão da mente.

 

    Isto porque a alucinação e o delírio nada têm de aumento da atividade ou da capacidade mental; ao contrário, são aberrações, perturbações do perfeito funcionamento do cérebro, tanto que são característicos das doenças chamadas psicoses (mas para um esquisotérico é o auge, rsrsrsrs).

 

    Enteógeno (tornar-se deus interiormente ou planta que possui deus dentro), nada mais é do que uma palavra mais bonitinha que os “místicos” modernos usam para os alucinógenos utilizados para suas “experiências” de expansão de mente.

 

Alucinógenos e sua Atuação

 

    Um grande número de drogas alucinógenas vem da natureza, principalmente de plantas. Estas foram “descobertas” por seres ancestrais que, ao sentir seus efeitos mentais, passaram a considerá-las “plantas divinas”, isto é, que faziam com que quem as ingerisse recebesse mensagens dos deuses. Assim, até hoje em culturas religiosas de vários países fazem uso dessas plantas alucinógenas, consideradas divinas.

 

    Temos que considerar que alguns destes alucinógenos agem em doses muito pequenas e praticamente só atingem o cérebro e, portanto, quase não alteram qualquer outra função do corpo da pessoa: são os alucinógenos propriamente ditos ou alucinógenos primários. O THC (tetrahidrocanabiol) da maconha, por exemplo, é um alucinógeno primário. Mas existem outras drogas que também são capazes de atuar no cérebro produzindo efeitos mentais, mas somente em doses que afetam de maneira importante várias outras funções do corpo humano: são os alucinógenos secundários. Entre estes últimos podemos citar a Datura, uma planta conhecida no Brasil sob vários nomes populares.

 

    As reações tanto no corpo quanto no cérebro são muito peculiares, e diferentes de indivíduo para indivíduo, isso porque depende muito da pessoa que a está usando. Estado emocional, ambiente, pessoas presentes... são coisas que afetam e muito na sua “viagem”.

 

Expansão de consciência e xamãs

 

botânica, psicodélico, alucinógenos, enteógeno, xamã, ritual, ocultismo, magia, espiritualismo    Em todas as tribos indígenas e aborígenes havia xamãs que eram responsáveis por guiar o povo e “trazer” as mensagens dos deuses ou espíritos ancestrais. Todas as plantas sagradas eram utilizadas somente nos rituais, e sob severas regras de conduta. O templo era preparado, os incensos eram queimados e o ritual era feito, só assim as pessoas que eram especialmente preparadas tinham a permissão de consumir as poções ou ervas mágicas. Esses rituais sempre eram para melhorar o ser ou a comunidade, procurando por conselhos dos deuses. NUNCA eram utilizadas somente para diversão ou por esporte, o que ocorre muito hoje em dia. O templo, os incensos e os cânticos serviam para preparar o indivíduo, para sincronizar sua energia vital com uma energia mais sutil para que ele pudesse se afinar e conseguir alcançar patamares mais altos.

 

    Essas substâncias realmente alteram nossa mente, mas a diferença entre os xamãs e os misticóides e viciadinhos de hoje é que os primeiros se preparavam mentalmente, emocionalmente e fisicamente para ingeri-las. Se despiam de emoções e pensamentos negativos, isso fazia com que ao expandirem sua mente eles fossem levados até os céus, enquanto os últimos são levados aos infernos.

 

    As plantas por si só não levam ninguém a ter uma visão ou experiência divina, elas só abrem portais fechados e você é levado para lugares iguais as suas energias. Então se um cara que odeia todo mundo e só quer tocar o “foda-se” fizer uso de uma planta mantendo sua vibe "natural", ele será levado a uma “má viagem”, e terá visões não tão legais.

 

    Entretando, você pode me dizer: “Mas Irmão Folha Verde eu sou uma pessoa do bem e nunca consigo ter uma “boa viagem”!”. E eu te digo: de boas intenções o inferno está cheio! Deve haver o ritual para que você possa afinar sua energia! Não importa qual ritual seja, contanto que te leve a um estado emocional e mental elevado, o segredo reside na sua mente!

 

Enteógenos mais utilizados no Brasil

 

botânica, psicodélico, alucinógenos, enteógeno, xamã, ritual, ocultismo, magia, espiritualismo    - Cogumelos

 

    O uso de cogumelos ficou famoso no México, onde desde antes de Cristo já eram utilizados pelos nativos daquela região. Ainda hoje, sabe-se que o ”cogumelo sagrado” é usado por alguns pajés. Essa planta recebe o nome científico de Psilocybe mexicana e dela pode ser extraída uma substância de poder alucinógeno: a psilocibina. No Brasil são encontradas pelo menos duas espécies de cogumelos alucinógenos, uma delas é o Psilocybe cubensis e a outra, espécie do gênero Paneoulus.

 

    - Jurema

 

    O vinho de jurema, preparado à base da planta brasileira Mimosa hostilis e chamado popularmente de jurema, é usado pelos remanescentes índios e caboclos do Brasil. Os efeitos desse vinho são muito bem descritos por José de Alencar no romance Iracema. Além de conhecido pelo interior do Brasil, só é utilizado nas cidades em rituais de candomblé, por ocasião da passagem de ano, por exemplo. A jurema sintetiza uma potente substância alucinógena, a dimetiltriptamina ou DMT, responsável pelos efeitos.

 

    - Ayahuasca

 

    Bebida usada em rituais na América do Sul, sobretudo na Bacia Amazônica. Conhecida também como daime e huasca, caapi, ou yagé, é obtida a partir da fervura de duas plantas amazônicas, o cipó jagube ou mariri (Banisteriopsis caapi) e o arbusto chacrona (Psychotria viridis). Indígenas e seguidores das religiões União Vegetal e Santo Daime sustentam sua virtude, que inclui poderes de cura e de clarividência. Pesquisadores já provaram que a bebida produz efeitos notáveis que envolvem freqüentemente a sensação de voar. O nome ayahuasca vem de palavras em quechua, língua dos povos indígenas do Peru. Aya pode ser traduzido como "alma" ou "espírito" e "huasca", vinho. Pesquisadores que desenvolveram um estudo com os freqüentadores da seita União do Vegetal, em 1993, concluíram que o uso do chá ayahuasca não gera dependência química e teria, inclusive, ajudado alguns deles a superar o alcoolismo.

 

    Bom gente, o texto está enorme como sempre. Não falei sobre os alucinógenos sintéticos, pois nossa coluna é sobre as plantas. Não falei também muito profundamente sobre maconha, pois esta é proibida em nosso país. Quanto às outras, algumas são legais e outras só é permitido o consumo em entidades religiosas cadastradas. Que fique claro que não sou a favor do consumo indiscriminado de drogas mesmo das ditas legais pela justiça. Esse texto é explicativo e não pode ser usado pra justificar suas escolhas.

 

 

- Irmão Folha Verde.

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O Poder das Plantas Alucinógenas:

Dúvida

Data: 02-04-2021 | De: Verônica Freitas de Sousa

Bom dia. Estou lendo seus posts e estou gostando muito. Estou curiosa para saber sua denominação reliosa. Você pode me passar essa informação?

Ayahuasca

Data: 27-01-2012 | De: Iara

Eu tenho experiência com a Ayahuasca e falo de boca cheia que é uma experiência incrível. Eu entrei em contato com mundos, resgates e linhagens que eu nem sonhava que faziam parte de mim. Vi de Anjos a Demônios. E as orientações são fantásticas e pontuais.

Realmente, esse tipo de trabalho funciona como um spin evolutivo. Sempre me deparo com coisas que vão muito além da minha perspectiva diária. Quando começo a ver tudo aquilo e a ser tomada pela vibração, a sensação que tenho é de que eu não serei capaz de aguentar. Mas nós sempre podemos.

No último ritual que eu participei rolaram muitos resgates. Eu me projetei astralmente pelo menos três vezes durante o trabalho. Vi eu-besta aprisionada. Percebi influências externas de seres de outros planetas. Senti meus chakras serem trabalhados. Recebi muita coisa bacana.

O que eu acho mais incrível, é poder acessar tudo isso "sozinha". Quer dizer, saber como é, vivenciando aquilo, com o coração, com a essência, com o ego. Ser A minha experiência, o que EU e "eu" tenho para me dizer. O que cabe a mim. O meu conteúdo.

Têm duas partes do meu último trabalho, que eu sei que podem ser compartilhadas com as outras pessoas, então lá vão:

1 - Me passaram que a todo momento a gente é convidado a estar consciente. E que os artistas têm participação especial nisso, pois eles conseguem acessar, mesmo que inconscientemente e mesmo que se mantenham inconscientes, vibrações tanto das essências das pessoas, quanto de planos superiores, e condensam isso para traduzirem isso em suas obras. E que a gente passa por isso todos os dias, pisa, encosta... Vemos, mas não enxergamos. E disseram que essas artes não são somente as que consideramos valiosas aqui, são feitas por todas as formas de artistas: grandes pintores, jardineiros, gráficos de computação, estão nas ruas, nas formas, nos sons, até mesmo no nosso chão, como nos azulejos, por exemplo. E que principalmente as formas abstratas nos rementem a isso. Trazem de dentro do nosso inconsciente essas informações.

2 - Para os médiuns que já sabem que são médiuns: É preciso pensar e firmar bem no propósito de sua mediunidade. O propósito que foi colocado pela sua essência. Quem dentro de você tem que trabalhar com aquilo: Com o quê, para quê e pelo quê - "Com a Luz, para a Luz e pela Luz". E a partir daí e limpando desse propósito as camadas do ego - que é um trabalho árduo -, aprendendo a perdoar e a perdoar-se, para poder trabalhar nessa energia com um potencial mais íntegro.

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