Observadores dos Céus: Senhores do Tempo

06-03-2012 17:55

    

    É interessante que muitas pessoas não conseguem enxergar o mundo que nos cerca. A cada momento, um turbilhão de informações legadas de tradições ocultas, permeiam nossa vida. Os sete planetas (Deuses) antigos estão tão fortemente enraizados em nossa cultura que, passam por nós dia após dia sem que a maioria das pessoas perceba isso. Da mesma forma que hoje, tradições religiosas têm seus dias santos, nossos antepassados atribuíram ou homenagearam seus deuses com dias específicos. Como entre os mais importantes, visíveis nos céus, eram apenas sete, após um ciclo fechado, eles se repetiam. Isso nos legou os nossos ciclos semanais e, quem dera, eles fossem apenas cinco, reduzindo nossas cansativas semanas de trabalho. 


    Existem várias informações importantes quando falamos de povos antigos, e principalmente, quando os comparamos com nossa cultura. Um destas é o fato de que para eles, o dia era uma coisa, a noite era outra. Falando de magia, e em termos teóricos, isso ainda é um ponto determinante, o dia, representa o lado Yang (expansão), enquanto a noite, Yin (contração). Cada um desses ciclos era dividido em doze horas, neste ponto, há dois pontos conflitantes, alguns dizem que o número é obtido multiplicando-se a trindade metafísica pelos quatro elementos. Outros, que é apenas uma convenção matemática, visto que o número doze possui um bom número de divisores, isso facilitaria a criação de sub ciclos. 

    Outro ponto é que, o dia começava ao nascer do sol, a noite com o sol poente, não a meia-noite como nos foi convencionado. Isso quer dizer que estas doze horas não eram fixas, ao longo do ano, dependendo da estação, elas poderiam ser mais longas ou mais curtas. Lembremos agora da Ordem Caldeica, que coloca os sete planetas do mais lento para o mais rápido: Saturno, Júpiter, Marte, Sol, Vênus, Mercúrio e Lua.

    O Astro-Rei, o Sol, era (e na verdade ainda é) considerado o Deus mais importante, afinal é ele quem permite a vida, é ele que traz a luz em meio as trevas. Portanto, a primeira hora seria atribuída a ele, e quem governa a primeira hora, governa o dia, sendo assim, o primeiro dia é o dia do Sol. Mas e a sequência, quem vem depois? A ordem caldeica é a resposta, mas ela não governa os dias, e sim as horas. Se a primeira hora é solar, a segunda é a hora de Vênus. A tabela a seguir mostra a exata progressão das horas, observe que a primeira coluna é meramente para referência, pois essas na verdade são variáveis.

 

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    Na sequência, observe que a última hora do primeiro dia, é regida por Mercúrio, pela ordem caldeica, a próxima hora é da Lua, como esta é a primeira hora do segundo dia, este será o dia da Lua. Seguindo a tabela sucessivamente, temos os sete dias na seguinte ordem: Dia do Sol, da Lua, de Marte, Mercúrio, Júpiter, Vênus e Saturno.

    Embora a maioria das tradições magisticas usem os dias completos (vinte e quatro horas) para definir as regências, veja que as noites respeitam outra ordem, da primeira para a última, temos: Noite de Júpiter, Vênus, Saturno, Sol, Lua, Marte e Mercúrio.

    Compare agora o nomes dos dias da semana em diferentes línguas:

 

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    Neste momento cabem algumas ressalvas. Tyr, Odin, Thor e Freya, são deuses da mitologia nórdica, e ai entra o tal sincretismo (o mesmo que faz as mentes fracas associarem o Exú, mitologia Yorubá, ao demônio cristão) que faz com que algumas atribuições sejam de certa forma errôneas. Utilizando a Árvore da Vida (Kabbalah) como ponto de referência para a mitologia comparada, de forma mais coerente teríamos Tyr e Thor, ambos ligados a Marte (deuses guerreiros ou da guerra), Odin, pai dos Deuses, seria Júpiter e, o equivalente a Mercúrio, Loki.

    Em algumas línguas o Sábado (dia de Saturno) e tido como Sabbatum, do hebraico Shabbath, o dia de descanso na tradição judaica. Em 325 DC, no Primeiro Concílio de Niceia, durante a reforma do calendário Romano, Constatino I substitui o nome Dies Solis, utilizado pelos povos pagões, por Dominicus Dies, Dia do Senhor. O que, para quem tem um pouco mais de conhecimento ocultista, significa que trocou seis por meia dúzia.

    O termo “feria” (ou feira) significa “dia de descanso” em latim. Passou a ser empregado no ano de 563 DC, após um concílio católico na cidade de Braga, Portugal. No evento, o bispo Martinho de Braga decidiu mudar os nomes que eram atribuídos a Deuses pagãos. Inicialmente a ordem servia apenas para a Semana Santa, que antecede o domingo de Páscoa, então feriados (por isso dias de descanso). Posteriormente acabou sendo adotado pelos portugueses para os outros dias.

    Abaixo, um símbolo muito utilizado nos círculos ocultistas, o heptagrama. Tendo o Sol como ponto superior, segue a ordem caldeica e cada uma dos segmentos que formam as estrela, mostram a sequência dos dias da semana.

 

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- Oliver Logra

Nota

O site Lunarium tem um sistema online que calcula as horas planetárias, para que funcione corretamente, não esqueça de mudar as opções na parte superior incluindo o país e a cidade.


Referências:
Dias da semana em diferentes idiomas

 publicado originalmente por Oliver Logra, em: Cartas Ciganas - fevereiro de 2012. 

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