Obsessão - Parte II - Macumba Só Pega em Quem Acredita

14-09-2012 17:29

 

    Olá amigos!

    No texto passado, havíamos falado sobre espíritos obsessores e suas características. Esse assunto já foi extensamente estudado e debatido na filosofia e literatura Kardecista e o texto anterior bebeu muito dessa fonte. Hoje vamos ver a visão da Umbanda sobre o assunto e tentar entender como esse fenômeno é, infelizmente, mais presente nas nossas vidas do que gostaríamos.

 

egum, egun, obsessão, obsediado, obsessor, servidor, poltergeist, baixa vibracional, macumba só pega em quem acredita    Basicamente, existem três tipos principais de obsessões que são tratadas normalmente em terreiros de umbanda: O primeiro e mais básico são os dos espíritos sem luz em geral. Esses espíritos chamados na umbanda de Eguns, são espíritos que podem tanto ser zombeteiros quanto podem também ser espíritos que tentam obter uma vantagem dos encarnados, vampirizando-os para obter energia vital ou apenas sensações – como fora descrito no post anterior.

 

    Esses espíritos são caracterizados por ter seu perispírito bastante deteriorado e por ter limitações no campo mental. Em muitos casos, espíritos dessa forma mais embrutecidos tem apenas o chakra básico ativo e, portanto, se preocupam apenas em se alimentar.

 

    Em geral, quando um preto velho ou um caboclo fazem a desobsessão de um espírito desses é utilizado muita conversa: eles mostram o estado real em que eles se encontram e mostram que eles podem ter uma chance de redenção através do arrependimento. É importante ressaltar que muita das vezes – a maioria esmagadora, na verdade – esses espíritos não obsediam por maldade, mas por falta de informação. Esses espíritos não merecem punição, pois por mais errados que estejam, eles não o fazem de propósito.

 

    Depois do arrependimento, esses espíritos são levados as colonias espirituais e tratados da mesma maneira que André Luiz ditou a Chico Xavier em egum, egun, obsessão, obsediado, obsessor, servidor, poltergeist, baixa vibracional, macumba só pega em quem acredita“Nosso Lar”. Quando é terminado o tratamento, eles espíritos podem até voltar e ajudar as mesmas pessoas que um dia atrapalharam, fechando o ciclo que havia começado a tempos atrás.

 

    Alguns pontos importantes: Esse processo é o mais parecido com o que ocorre em centros kardecistas. A conversa de um médium não incorporado com um espírito desses é basicamente a mesma, o que muda é a conversa da entidade para o espírito. Essa conversa é importante, pois em alguns casos, a entidade pode enxergar coisas que passariam desapercebidas a um médium não incorporado. Quando o egum é mais arredio, a conversa acaba tendo um outro tom. Se for com um Exu então, o papo é outro: em geral, eles tem menos conversa e mais ação. É colocado para o espírito as opções dele de forma bem veemente e as coisas se resolvem mais rapidamente.

 

    Dois pontos curiosos: No candomblé, Egum significa qualquer tipo de espírito. Dessa forma, é comum ouvir um candomblecista se referir a um guia de luz por esse nome, embora os Umbandistas não gostem disso. Além disso existe, em alguns locais do país, o culto aos egum-guns, que é o culto a esses espíritos. Embora eu particularmente nunca tenha participado, absolutamente TODOS que já foram a esse tipo de gira disseram que fora a experiência mais assustadora que tiveram. Eu não recomendo.

 

egum, egun, obsessão, obsediado, obsessor, servidor, poltergeist, baixa vibracional, macumba só pega em quem acredita    Infelizmente, ter um desses espíritos ao nosso lado não é exatamente algo pouco provável de acontecer. Na verdade, é bem provável que você ou alguém que você conhece tenha um caso desses. E a melhor forma de certificar isso é visitando um centro de confiança. Decidir se um centro é ou não de confiança é mais complicado do que se imagina. Logo, a maneira mais positiva é tentar se manter longe disso. Mas como se manter longe de uma coisa que você não enxerga?

 

    É importante termos clara a noção que cada um de nós somos seres de energia e que vibramos de forma diferentes durante o dia e que essas vibrações nos influenciam muito mais do que possamos imaginar. Um Egum acaba vibrando em energias muito baixas. Dessa forma, a melhor maneira de se manter longe desses é estar rodeados de vibrações altas. Pode parecer que pra você estar longe desses espíritos basta você ser “feliz” naquela felicidade boba e falsa de comercial de margarina. O que é importante é manter a sua cabeça alheia aos problemas pequenos da vida e não deixar se contaminar por isso. Magistas tem formas de elevar suas vibrações – uma que eu gosto bastante é utilizar a chama violeta – mas cada pessoa tem que encontrar seu caminho.

 

    O segundo grupo de problemas associados a obsessão em terrenos de Umbanda é de certo o mais complicado. Não que seja complicado de resolver, mas é complicado pois na maioria absoluta das vezes, o problema não existe. Explico: estou falando de trabalhos feitos contra uma pessoa.

 

    É até razoavelmente comum você conversar com uma pessoa que frequente um centro de Umbanda – mesmo como assistência – e ouvir histórias do tipo “fulano fez magia pra mim”, “Alguém tá querendo me derrubar” e congêneres. Mas aqui reside um problema simples: Não é tão fácil fazer um trabalho contra alguém. Eu já estudei alguma coisa da magia na Umbanda, acho que sei mais ou menos como as coisas funcionam, estudo todos os dias pra aprender um pouquinho e posso afirmar categoricamente: Dá trabalho. Mas antes disso, existem algumas questões mais fundamentais.

 

    Primeiramente, como dito antes, dá trabalho fazer algo contra alguém. Eu até sei que dá pra fazer, tenho até ideia de como fazer, mas nunca testei e egum, egun, obsessão, obsediado, obsessor, servidor, poltergeist, baixa vibracional, macumba só pega em quem acreditapretendo nunca testar esse tipo de coisa, pois foge completamente do trabalho que eu me propus a fazer na Umbanda. Pra alguém fazer um trabalho desses, tem que ter conhecimento de causa (e não é todo mundo que tem. Aliás, Eu particularmente conheço apenas uma pessoa que teria capacidade técnica de fazer algo do tipo, mas também duvido que a pessoa faria).

 

    Segundo, a pessoa apta a esse tipo de trabalho tem que estar disposta a faze-lo. Isso pode ser feito por convencimento (em geral pouco efetivo) ou por pagamento. Mas pagar por um trabalho desses é caro. E não é todo mundo que tem 7 mil reais sobrando pra gastar fazendo macumba contra os outros. E isso leva ao nosso terceiro ponto: Você precisa de uma pessoa capaz de tudo isso pra te derrubar e – convenhamos – quantos inimigos mortais você tem?

 

    Infelizmente, o mais comum é que absolutamente nenhum trabalho foi feito para essas pessoas e que na verdade o trabalho foi feito por elas mesmas. Chamamos isso de auto-obsessão. O sujeito fica tão certo de que alguma coisa foi feita contra ele que ele acaba alimentando uma forma-pensamento e cria um sigilo/servidor para atuar contra ele mesmo. Obviamente, pode-se imaginar o quão triste é esse tipo de comportamento e o quão difícil é convencer a própria pessoa de que ela mesma está criando todo esse problema para si.

 

    Obviamente, pode ser que exista o tipo de caso acima, em que você REALMENTE tenha alguém que esteja disposto a te destruir através de magia. E que essa pessoa conheça gente “competente” para realizar o trabalho. Como isso acontece? Primeiramente, alguns espíritos menores são enviados para desestabilizar a pessoa, diminuindo as suas vibrações e suas defesas astrais. Depois disso, outros espíritos de pouca luz vão fazer o resto do trabalho. É importante também salientar que esse tipo de coisa é complicada porque você está lidando com marginais da espiritualidade. E eu posso garantir que eles vão voltar pra bater na sua porta pedindo mais um pagamento.

 

    Um trabalho desses é desfeito normalmente por exús. Eles são perfeitos para resolver e retirar esses carregos pesados de energia mais baixa. Esses trabalhos são arrematados por erês, pois eles são seres de tanta luz que acabam criando sigilações muito fortes e outros tipos de espíritos  não conseguem desfazer. Dizemos que “O que o Exu faz, a criança desfaz. O que a criança faz ninguém desfaz”.

 

    Porém, muitos podem dizer que viram receitinhas para fazer maldade contra os outros. Na internet está cheio disso. Em geral são receitas para pegar trouxa a servirem de pilhas para rituais de magia negra e o pouco que sobra acaba fazendo quase nada. Como dito no título dessa matéria, a pessoa tem de estar pré-disposta a sofrer um ataque, com suas energias vibrando baixas e enfraquecidas. Sua vela não fez muita coisa e não adianta querer se gabar por ter jogado um fósforo no incêndio.

 

    O terceiro caso é o de parentes falecidos que acabam atrapalhando os encarnados. Como dito no texto anterior, uma pessoa que falece sem muita informação do mundo espiritual ou até mesmo tem medo de morrer, acaba não fazendo a passagem da forma que deveria. Isso leva aquele indivíduo a tentar de todas as formas ajudar ou contatar seus parentes encarnados, mas como ele não sabe fazer isso, acaba atrapalhando, pois precisa de energia e acaba pegando dos próprios amigos que queria ajudar. Nesse caso, é indicado que seja rezada uma missa em nome daquela pessoa e que nenhum parente vá. A alma daquela pessoa será trazida para a igreja e será encaminhada para as colonias superiores.

 

 

    Então amigos, mantenham suas energias altas, evitem aborrecimentos bobos no dia a dia e não tenha inimigos mortais. Essa é uma receita simples para a sua proteção espiritual.

 

- Gênesis

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