"Pogressio"

Pogressio, pogressio.

Eu sempre iscuitei falar, que o pogressio vem do trabaio.

Então amanhã cedo, nóis vai trabalhar.

Conselho de Mulher - João Rubinato (Adoniran Barbosa)

    Já discuti anteriormente a subjetividade do “bem” e do “mal” e sua relação direta com o altruísmo e egoísmo. Agora, sob essa ótica, é interessante refletir sobre outro conceito: evolução.

    Embora seja praticamente um consenso em todas as escolas tradicionais de filosofia oculta e por que não, das religiões, a utilização do termo evolução é um tanto confuso e até usado erroneamente. O primeiro ponto importante desta reflexão é: evoluir exatamente o que? Você deve evoluir, eu devo evoluir, meus guias, guardiões, mensageiros, mestres (ou qualquer nome que você quiser dar) precisam evoluir? Ou ainda, a humanidade precisa evoluir, o planeta precisa evoluir, o universo? Quem tem que evoluir?

    Existe uma citação dita, se não me engano, no livro Ataque e Defesa Astral (Marcelo Ramos Motta), que versa (não exatamente com essas palavras): “O maior de todos os magos iluminados, é também o maior de todos os egoístas. Ele sabe que num determinado ponto a evolução é coletiva (e não mais isolada), e essa é sua motivação para retornar e auxiliar os outros.”

    De certa forma, essa citação sempre me marcou, pois mesmo me deixando confuso em princípio, posteriormente vi uma certa lógica. Uma coisa que sempre tive para mim é que embora estejamos vivendo um fim de era confuso, os planos existenciais coexistem por excelência. O plano material faz parte da realidade complexa assim como todos os outros sutis. Minha concepção é que a real iluminação seja a coexistência consciente e unificada do físico ao SAG, rompendo todas as barreiras de densidade e os véus metafóricos que separam nossa real consciência dos corpos materiais em que habitamos.

    Olhando pelo lado coletivo, a maior de todas as evoluções, esta na consciência global. A soma de todas os indivíduos existentes no planeta forma a consciência planetária, a soma de tudo que é vivo, o espírito planetário, se o planeta esta doente, todos nós estamos doentes (e vice versa). A questão agora é, quem é importante nessa evolução coletiva? O único ponto importante seria desenvolver sua mediunidade e ajudar ao próximo? Creio que não, como já mencionei em textos anteriores, “ajudar o próximo” é uma coisa também muito relativa. Um cientista ateu, que desenvolve uma técnica revolucionária num tratamento de uma doença, uma nova ferramenta ou estudo, pode estar trabalhando muito mais no caminho da evolução do que muito médium ou pastor.

    Se magia é a arte de manifestar no plano físico ideias que só existem no plano astral, será que a única forma de “evoluir” é realmente um caminho mediúnico ou magístico?

- Oliver Logra - Maio de 2012

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