Sobre Deuses e Cores

28-09-2012 17:23

    Sem entrar muito em aspectos físicos, vou precisar de uma breve introdução a teoria das cores para dar fundamento às ideias contidas ao longo deste texto. É sabido que há mais de 300 anos em um de seus experimentos, o físico (e ocultista) inglês Isaac Newton, conduziu um feixe de luz branca através de um prisma, tendo com resultado um feixe de luz colorida. Este era um dos princípios da óptica e principalmente, do que chamamos hoje, de teoria da cor.


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    Antes legada ao campo artístico, a partir daquele ponto as cores passaram a ser seriamente atribuídas a ciência e vários físicos posteriores passaram a estudar o assunto seriamente. Voltando ao experimento, era fácil de verificar, que a luz branca, decomposta pelo prisma, poderia ser recomposta por ou outro prisma sequêncial.

    Cientistas posteriores a Newton acreditavam que você não precisaria de todo o espectro para recompor a luz branca. Acreditavam que com apenas três partes, a luz branca já poderia ser recomposta, isso foi comprovado posteriormente. Sabemos hoje, que se isolarmos três partes do espectro colorido, podemos não só formar qualquer outra cor, mas utilizando-se destas mesmas, em intensidade máxima, reproduzimos a luz branca. A síntese aditiva da cor, formada pelas luzes vermelha, verde e azul, é a base responsável por toda a nossa tecnologia de monitores, tvs e dispositivos móveis.

 

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    Uma curiosidade: a maioria de nossos equipamentos podem reproduzir pelo menos 256 tons de vermelho, verde ou azul. Isto quer dizer que entre a luz vermelha (ou verde, ou azul) estar apagada ou completamente acesa (como se fosse uma lanterna com papel celofane na frente) existem 256 estados. Se elevarmos esse 256 ao cubo (RGB), temos 16.777.216 cores possíveis, essas são as famosas 16 milhões de cores dos antigos adaptadores de vídeo (hoje o suporte é bem maior) e dispositivos móveis como celulares ou tablets.

Mas qual a finalidade de tudo isso?

    Bom, voltemos ao princípio (ao principio mesmo). No começo tudo eram trevas e eis que então surge a luz. Deus não foi criado, ele é auto criado, a centelha fundamental surge das trevas e traz iluminação ao nada. É de maneira semelhante que Stephen Hawking define o início do universo (você pode ver isso neste video - aproximadamente a partir de 2’ 50”). A ideia da centelha divina se espalhando pelo cosmos, é muito similar a teoria do Big Bang, a origem do universo. Temos também o conceito do Deus fragmentado, ele, criatura e criador, é o próprio universo. TUDO faz parte do TODO. Sendo assim toda a existência É o próprio Deus, cada partícula ou subpartícula de tudo que existe física ou extra fisicamente faz parte de seu próprio corpo e existência.

    Se ponderarmos sobre as consciências coletivas, por exemplo a consciência (espírito) de um cardume é a soma das consciências de todos os seus peixes, a da colmeia, a de todas as abelhas, a do planeta Terra, a de todos os seus habitantes (não só humanos com animais). Por consequência, a consciência de Deus é a soma de todas as consciências universais (mais uma vez, tente se abstrair no universo físico, lembre-se que consciência expandida é a mesma coisa, ou algo muito próximo, ao espírito).

    Tomemos agora a trindade, diz-se que Deus é Onipresente, se todo o universo é o “corpo” de Deus, é lógico que ele esta em todo lugar. Onisciente, se a sua consciência é a soma de todas, isso também é meio óbvio. Onipotente, outra obviedade, se ele está em TUDO e é a mente do TODO é claro que pode qualquer coisa (dentro das próprias limitações físicas atribuídas ao universo – leis naturais ou leis de Deus).

Voltando-se agora para como o homem enxerga a Deus.


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    Você pode entender a iluminação em tons de cinza, apenas luz e trevas, preto e branco. Mas como já foi informado anteriormente, a luz pode ser decomposta, então podemos dizer que existe uma grande variedade de matizes na luz absoluta e, é fato, existe uma escala entre as trevas e a luz. Sendo assim, como mostra o gráfico abaixo, podemos dizer que existe uma grande variedade de tons entre as trevas e a iluminação.

 

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    O mais importante agora é, quantas cores você consegue enxergar? Muitas pessoas dizem, por exemplo, que um arco-íris tem sete cores. Isso é apenas meia verdade, existem uma infinidade de matizes captadas pelo olho humano, você até pode dividi-las em sete, mas não quer dizer que isso seja uma regra absoluta.

    Como mencionado acima, você pode dividir o espectro em duas partes e entender que existe apenas luz e trevas (Deus e escuridão), você pode quebrar a luz em matizes e dividi-lo em sete, atribuir nomes para esses matizes. Pode também dividir em dez, quatorze, em centenas de partes e chama-las de santos, por exemplo. Qual é o correto? Todos estão corretos.

    A chave, é que a luz pode ser interpretada de maneira diferente por cada indivíduo. Cada religião ou cada filosofia pode usar uma divisão maior ou menor do espectro. O único grande erro, é acreditar que outras frações estão incorretas.

    O fato é que as matizes são tão abstratas como a própria luz em si. Tentando entender esses tons, a cultura humana atribuiu características naturais ou humanas a cada uma delas. Mas infelizmente, a realidade é que em nosso atual estado de consciência, ela é incompreensível. Precisamos de formas, cores, sabores, cheiros, símbolos e tudo mais que nos estiver a mão para conseguir conectarmo-nos a essas essências fundamentais. Mas é chegado o momento em que pequenos passos devem ser dados na expansão de nossas mentes e, mesmo ainda necessitando de “muletas”, já tenhamos a noção de que esses matizes são muito mais complexos do que podemos interpretar.

    Deuses antigos (ou mesmo modernos) não são espíritos ancestrais evoluídos, Orixás não são forças da natureza, eles não estão sentados em algum monte longínquo olhando o que fazemos a cada momento. Essas explicações são muito simplistas e só representam parcialmente a real natureza da Luz. O ser não representa a Luz como um todo, mas a Luz faz parte da natureza do Ser. Você pode criar milhares de conexões simbólicas e físicas para representar um dos Matizes, a Luz ou as Trevas, ainda assim toda essa informação seria apenas parcial.

    Observem que é como o conceito de supersoma da psicologia Gestalt: não se pode ter conhecimento de um todo por meio de suas partes, pois o todo é maior que a soma de suas partes, sendo assim, A+B não é simplesmente (A+B), mas sim um terceiro elemento "C", que possui características próprias.

    “Anos depois, em outro lugar, ele saiu do escuro e falou comigo. Ele sussurrou: Eu vou te contar o segredo definitivo da magia. Qualquer babaca pode fazê-la”.

    A frase que antecede é de Alan Moore (A Disease of Language – Alan Moore e Eddie Campbell), e teria sido dita a ele pelo próprio John Constantine (que apareceu fisicamente em sua frente – eu sei, é sinistro, mas vindo Alan Moore, o que se poderia esperar?). Mas sabe qual é a grande dureza, ela está ironicamente certa. Não importando qual a crença ou filosofia pessoal, muitas pessoas estão transformando imagens mentais em manifestações físicas, mesmo tendo uma visão distorcida ou corrompida das cores que regem esse caleidoscópio universal. A cada dia que passa, egregoras corruptas tem se fortalecido as custas de mentes cegas, cujo único crime foi ter-se isolado em uma caixa e optar pela ignorância e preconceito. Um crime do qual a redenção é pessoal, somente a própria centelha tem a capacidade de acordar e decidir caminhar em direção da Luz (ou das Trevas).

    Aos já despertos, só cabe continuar a busca e, quem sabe, chegará o dia em que em um estágio mais avançado de consciência, tocaremos a face de Deus e nos integraremos completamente ao universo.
 

- Oliver Logra

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