Moral e Ética na Umbanda

24-01-2012 14:24

 

    Olá amigos!

 

    Essa semana falaremos sobre um assunto que infelizmente é bastante pertinente quando se fala em Umbanda: Problemas envolvendo moral e ética. Em muitos casos, uma pequena parcela dos praticantes de umbanda, quimbanda e candomblé que têm uma conduta nada menos do que desagradável, acaba sendo tomado como o exemplo negativo e, somado com anos de preconceito direto e indiret,o acabam fazendo com que mais e mais erros e absurdos, sejam propagados pelos quatro ventos.

 

    Precisamos saber o que entendemos por Moral e Ética para iniciarmos esse debate: Ética vem do grego ethica e significa "o quê pertence ao Ethos" (caráter). Dessa forma, devemos entender Ética como uma boa forma de viver de acordo com nosso pensamento. São os códigos de condutas que não vem de uma norma e sim da própria consciência do ser humano. Quando falamos de moral, estamos falando de obediência a regras préviamente estabelecidas. Moral, do Latim Mores, "relativo aos costumes", é muitas vezes confundida por ética e para os filosofos, essas definições feitas acima podem ser consideradas muito deficitárias e simplistas, mas nesse texto iremos dividir as questões dessa forma.

 

    Para falar da Moral na Umbanda, devemos conhecer as três regras básicas, ditadas pelo próprio Caboclo das sete encruzilhadas, ainda em 1908 nas primeiras sessões estabelecidas por Zélio De moraes. O Caboclo afirmou que a Umbanda viveria sobre a égide de 3 regras:

 

-        Todos devem usar branco;

-        Nenhum trabalho deverá ser cobrado;

-        Toda vida será respeitada  (O sacrificio de animais é proibido).

 

    Cada uma dessas três regras tem dupla função: a função simbólica e a função prática. Vamos analisar agora as explicações e implicações de cada uma delas.

 

  •     Todos devem usar Branco:

 

    Simbolicamente, o Branco significa a pureza e é normalmente associado a elevação espiritual. Além disso, o uso do branco faz referência e deferência as orixás funfun, os primeiros orixás que vieram para a terra para ajudar a criar e popular o mundo. Esses orixás são os mais elevados e posteriormente serão debatidos com mais calma ao falarmos sobre a genese na Umbanda.

 

    Na prática, o branco é utilizado pela questão vibracional. Na Kabalah, a cor branca é associada a Kether (a coroa) e representa o grau mais alto de elevação. Usando o branco, o médium tem mais uma ajuda para se colocar num estado de gnose e poder estar vibracionalmente equilibrado para a gira. Em alguns centros é proibida a entrada de consulentes com roupas pretas ou escuras, em outros um pano branco ou um jaleco branco são emprestados à assistência ao entrar no terreiro para fazer consultas. Alem disso, a Roupa utilizada na gira não deve ser utilizada em outros ambientes – para não se contaminar com energias carregadas negativamente. Por isso, antigamente se tinha o costume de ter uma roupa separada para ir as missas no domingo, mas esse costume acabou se transformando em utilizar a melhor roupa para ir a missa, quando isso virou um acontecimento social em cidades pequenas. Até hoje o papa tem uma roupa para cada dia da semana e algumas que são utilizadas apenas para certos rituais.

 

  • Nenhum trabalho deverá ser cobrado:

 

    Simbolicamente, a não cobrança dos trabahos realizados num terreiro reafirma o caráter caritativo feito pelos Umbandistas. É importante frisar que a caridade é uma virtude associada a Júpiter e tem sua origem nos próprios ensinamentos de Jesus quando da sua vinda a terra. Basicamente, é uma forma de se salvaguardar o próprio médium, pois se ele não recebe pelo seu trabalho de uma forma "direta", assume-se que ele o faz de coração. Dessa forma, a entrega dele ao trabalho é, teoricamente, total – embora em muitos casos vemos médiuns que trabalham muito mais pela obrigação auto-imposta de trabalhar, fazendo-o de má vontade, o que cria um desequilibrio energético na casa, pois ele se torna um ponto de fuga de energia.

 

    É interessandte notar como esse posicionamento é absurdo. Muitos gostam de dizer que fazem trabalho caritativo apenas para receber elogios, sem percebem que essa forma de vaidade é tão perniciosa quanto a mistura de dinheiro/espiritualidade. Vemos isso mais claramente em alguns irmãos que desejam ajudar e começam a fazer trabalho voluntário em instituições de caridade, querendo escolher seus trabalhos dentro da caridade e, se suas espectativas não são supridas, fazem o trabalho de forma modorrenta, com extrema má vontade e com um péssimo desempenho, tudo pela recompensa de adiquirir um karma positivo ou ter a consciência limpa – algo que não acontece na prática.

 

    Dessa forma, a caridade permite que o médium elimine a ganância e a gula financeira, fazendo com que ele esteja mais ligado na questão caritativa do que na questão quantitativa. Uma outra questão é que ao não envolver dinheiro, o próprio consulente é colocado numa posição diferenciada: ele não está pagando por um serviço, mas sim pedindo uma ajuda ou um conselho a um amigo.

 

    Dessa forma, não pode pedir um "recibo" de que o trabalho deverá ser resolvido em algum tempo pré-determinado. Embora essa pareça uma desculpa de quem não tem poderes sobre o que está acontecendo, é bom lembrar que qualquer trabalho espiritual tem muito da  força do próprio consulente envolvida. As entidades ajudam, mas não fazem milagres. É realmente necessário que a assistência esteja emboída no mesmo espírito de mudança que ela pede. Seria muito cômodo para alguém pedir uma ajuda e ficar sentado, esperando que sua graça caia do céu no colo e que fique tudo bem. Nem nas invocações goéticas funciona assim, imagine só na Umbanda.

 

  • Toda vida será respeitada:

 

    O simbolismo da regra é bem simples e claro: toda vida é sagrada e deve ser preservada. Dessa forma, é extritamente proibido o sacrificio animal dentro da Umbanda. Embora esse sacrificio, chamado de "corte" no candomblé, seja utilizado com fins de se utilizar a energia animal contida no sangue (chamada Ejé), a Umbanda prefere utilizar o Ejé vegetal que, embora não seja tão rico energeticamente como o de um animal, não fere a regra imposta.

 

    É interessante e importante notar que o sacrificio de animais era utilizado ostensivamente na antiguidade e que até hoje algumas correntes mais ortodoxas do Judaísmo ainda praticam rituais de imolação de animais para expiação dos pecados, EXATAMENTE iguais aos que acontecem em terreiros de candomblé, sendo a única diferença que um ritual é feito em hebráico e o outro em Yorubá. Vale destacar que muitos dos rituais que originaram o candomblé chegaram ao Brasil através dos escravos vindos do Sudão, principalmente das etnias Ewe e Fon que depois foram conhecidos no Brasil como Jeje. Como o Sudão fica na parte Leste da África, é muito possível que esse povo tivesse contato com os primeiros povos que originaram o Judaísmo e porteriormente o Cristianismo.

 

    Um outro dado que permite a comparação é que um ritual muito parecido aparece nas páginas do Levitico, terceiro livro do antigo testamento, pertencente ao Pentateuco. Numa passagem desse livro, é explicado o ritual do Bode expiatório (Le 16:5-16) que consiste em sacrificar um novilho em detrimento dos pecados de um grupo. A expressão se vulgarizou, mas não perdeu muito do seu valor original (alguém que leva a culpa pelo outro). No Judaismo e no candomblé, é utilizado uma galinha para o sacrifício.

 

    Outra questão importante a ser levantada sobre os sacrificios de animais: Em geral, os animais que são sacrificados em terreiros são sacrificados de uma forma respeitosa. Por mais incoerente que isso possa parecer, um sacerdote de Candomblé sério faz com que o animal seja sacrificado de forma que ele sinta a menor quantidade de dor possível, fazendo com que o animal seja poupado de um sofrimento muito grande, algo que não acontece em abatedouros, por exemplo. Animais que são criados para o abate sofrem muito, mas MUITO mais maus tratos do que um animal sacrificado, mas todos ficam chocados quando se mata uma galinha para fazer uma oferenda, mas aparentemente ninguém parece ligar quando come um bife que veio de uma vaca que teve suas pernas quebradas antes de morrer (para não poder andar) e levou marretadas na cabeça– note o plural – para morrer. Hoje em dia, o processo de abate é industrial, com verdadeiras fábicas de assassinato para que possa chegar um bife fresquinho na sua casa e – aparentemente – isso não é de forma alguma um absurdo.

 

    Assim, é uma questão ética – e não moral – que o Umbandista seja vegetariano. Se você se propõe a preservar a vida, estamos falando de TODA a vida, e não fazendo a leitura que preserve os seus interesses.

 

    A questão do vegetarianismo e Umbanda tem também outro caráter prático: como as vacas são animais que possuem uma mônoda muito grande, acabam deixando muitas impressões na carne. Como os abatedouros são locais energeticamente terríveis, essa energia acaba sendo impregnada na carne e é absorvida ao ser digerida pelo ser humano. Logo, normalmente os terreitos pedem que tantos os médiuns como a assistência evitem comer carne de qualquer espécie 24 horas antes da gira. Algumas casas extendem esse prazo para 48 horas para evitar que os médiuns tenham qualquer tipo de influência energética negativa durante os trabalhos.

 

    Posto isso, podemos afirmar que se alguma das três regras não estiver sendo seguida, então não estamos trabalhando com Umbanda. Isso acaba abrangendo uma quantidade muito grande de variações que podem ocorrer entre casas de santo, principalmente pelo fato de não haver uma codificação oficial na Umbanda. Embora muitos autores tenham escrito livros e tratados mais generalistas em relação a Umbanda, nenhum dele é oficialmente aceito pela maioria.

 

    Até aqui falamos sobre a questão moral da Umbanda, descorrendo sobre as implicações das três regras da Umbanda. A questão ética acaba sendo mais abrangente e inclui muito do comportamento fora da gira. Pensando que a semana tem sete dias e que uma gira não chega a ocupar 20% de um desses dias, temos tempo suficiente para esquecer os ensinamentos que pregamos dentro do terreiro.

 

    Até hoje eu lembro de uma pichação que dizia "não adianta fazer yoga e não dar bom dia ao porteiro" e penso que a mesma lógica pode e deve ser utilizada no dia-a-dia do Umbandista: Não adianta fazer um bom trabalho dentro da gira, pois esse trabalho não começa e nem termina dentro do intervalo de tempo do ritual realizado. Para que o médium possa chegar ao terreiro já pronto para o trabalho, ele deve ter uma preparação prévia, desde a sua vinda de casa até o inicio da sessão. Para isso, deve evitar locais e atos que possam desequilibrá-lo energéticamente e mesmo emocionalmente antes de cada gira.

 

    Depois que a sessão acabar, ele provavelmente estará cansado fisicamente, mas estará envolto em uma energia mais sutil. Logo, deve evitar locais de baixa vibração para que essa energia possa atuar em seus corpos superiores e, dessa forma, ele possa ter um início de evolução espiritual. Daí a importância de que sua casa seja um local energeticamente equilibrado, para evitar que essas energias sejam disperdiçadas à toa.

 

    Além disso, não há caridade que resista a uma grosseria. Não adianta fazer um belo trablaho num dia e desrespeitar o garçom no dia seguinte, ou ser rude com um colega de trabalho, fazer fofoca com a vizinha ou xingar alguém que passa na rua. Não adianta ler mil livros sobre o espiritismo, a umbanda e todo o ocultismo se a você está mais preocupado em saber se a sua guia é mais bonita do que a do seu irmão de santo.

 

    Algo que também é muito comum é o desrespeito à natureza. Muitos irmãos fazem trabalhos nas praias, nas cachoeiras e nas matas e parecem fazer questão de deixar os locais o mais absurdamente sujos for possível. Fico vendo triste o espetáculo decadente das milhões de palmas sendo jogadas no mar nas noites de ano-novo, deixando as prais em condições lastimáveis de sujeira. Nunca consegui entender como uma pessoa pode querer agradar alguém jogando lixo na porta de sua casa. Logo, fica feio pedir ajuda para Yemanjá, sendo que você acabou de sujar a praia e o mar.

 

    É éticamente razoável imaginar que um umbandista sério deve evitar sair fora do seu eixo durante a semana. Isso significa evitar utilização de álcool em excesso, cigarros e drogas. Embora pareça um contra-senso, já que nas giras o álcool e o fumo são utilizados, devemos lembrar que o ambiente durante uma sessão é completamente diferente, sendo cercado por energia sutil e com o ambiente cercado de firmezas e tronqueiras, que servem como pontos de captação de energia negativa. Um ambiente "esterelizado" contra qualquer tipo de energia negativa, diferente de um bar, de uma boate ou mesmo de um ambiente mais degradado.

 

    Não devemos, entretanto, fazer uma caça às bruxas, tentando "purificar" os irmãos e achar que devemos viver a vida escondidos em massa, rezando sem fazer nada. Podemos e devemos aproveitar nossa vida. O problema são os excessos.

 

    Para o umbandista sério, tão importante quanto conhecer os preceitos e as diretrizes da Umbanda e da espiritualidade em geral, é saber que ao abraçar uma religião devemos passar por uma reforma íntima verdadeira, sincera e transformadora. Absolutamente ninguém está pronto e preparado, todos nós sempre temos pontos a serem acertados. Embora isso não esteja escrito em regra nenhuma oficialmente, é bem mais fácil viver dessa forma e obter os frutos sinceros do trabalho bem feito. 

 

- Gênesis.

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